Um dos marcadores do início do século XX e estopins da primeira grande guerra foi o imperialismo europeu na África. Ainda hoje, o continente africano sofre com as consequências sociais e econômicas que são fruto da invasão e dominação das grandes potências nacionais europeias sobre os territórios africanos. Para além de África, o imperialismo deixa marcas também nos continentes americano e asiático.
Confira a seguir o que foi o imperialismo europeu na África, o porquê surgiu e quais os métodos foram utilizados para o sucesso das nações européias.
Veja também quais foram as chagas e o legado deixado pelo imperialismo europeu no continente africano.
As origens do Imperialismo europeu
Podemos dizer que o imperialismo europeu na África tem suas origens nas empresas coloniais europeias nos continentes africano, americano e asiático entre os séculos XV e início do século XX. As nações pioneiras no processo de colonização foram os reinos de Portugal e da Espanha a partir do século XV.
O princípio fundamental das empresas coloniais, desde seu estabelecimento, é de concentração de riquezas através, primeiramente, da extração de matéria-prima das colônias e da exploração de mão de obra escrava, a fim de transformar seus produtos em mercadorias e alimentar os mercados europeus.
Com o passar dos séculos, a partir do XVI, outros reinos europeus, como a Holanda, França e Inglaterra, também decidem investir na dominação de outros territórios além-mar. Essas empresas coloniais marcam o início do acúmulo primitivo de capital que, posteriormente, seria fundamental para o crescimento industrial e o alcance de novas forças produtivas que jamais tinham sido vistas.
Assim, através da dominação, exploração e extração de riquezas, essas potências europeias encheram os seus cofres, o que permitiu que, a partir da segunda metade do século XVIII, a Inglaterra desse início ao que conhecemos como a primeira fase da Revolução Industrial (1760-1850). Com a invenção da máquina a vapor, outras maravilhas tecnológicas e a exploração do trabalho, os séculos seguintes foram palco de um aumento na produção.
Com o crescimento industrial, os processos de independência americanos e a disputa por soberania, o século XIX foi berço de conflitos entre os impérios europeus, que alimentaram os sentimentos nacionalistas.
É com essa competição entre nações que as grandes potências europeias iniciam aquilo que conhecemos como neocolonialismo, que agora visava não só extrair riquezas de outros continentes, mas transformar seus territórios de modo que pudessem alimentar os monopólios de cada nação. Tratava-se de uma verdadeira partilha do mundo e, nesse caso, do africano.
É nesse contexto que o imperialismo europeu na África permite que existam iniciativas neocolonialistas como a Conferência de Berlim (1884-1885), que estabelece a partilha dos territórios africanos como domínios de países como a França, Inglaterra, Itália, entre outros.
Que métodos os europeus usaram para colonizar a África?
O método de colonização européia na África se resumia principalmente ao tráfico negreiro, por isso o domínio era concentrado apenas no litoral, o que correspondia a cerca de 10% do continente africano.
Porém, com o fim da escravidão e surgimento das fábricas, as nações européias viram em suas antigas colônias uma oportunidade tanto de obter matéria-prima quanto formar o capital financeiro.
Mas esses objetivos foram, em sua maioria, impostos. O método de imperialismo europeu na África consistia em usar a superioridade militar para sobrepujar qualquer revolta local. A justificativa era levar conhecimento e progresso para as nações recém-libertas do colonialismo.
Além disso, as nações européias simplesmente repartiram o território africano de acordo com suas demandas e, com isso, ignoraram completamente a divisão dos povos que sempre habitaram o continente.
Por fim, o objetivo de exploração da matéria-prima era, obviamente, só para os países europeus. Essas nações jamais tiveram intenção de dividir a riqueza com os povos colonizados.
Quais foram as consequências do imperialismo europeu na África?
As maiores consequências do imperialismo na África foram a supressão da cultura dos povos nativos, bem como a provocação de guerras por todo o território. A divisão negligente das fronteiras, somada à exploração, levaram a muitos conflitos étnicos ao longo de todo o século XX, os quais reverberam até hoje.
Além disso, outra consequência do imperialismo na África foi a própria disputa acirrada entre as potências da Europa, que tornou o cenário internacional cada vez mais instável e pavimentou o caminho para a Primeira Guerra Mundial.
Como os africanos resistiram ao imperialismo europeu?
Apesar do domínio europeu sobre a África ser inegável, é preciso lembrar que muitos povos do continente colonizado se levantaram contra o avanço. A principal forma de resistência eram as investidas militares, mas o poderio bélico de nações como Inglaterra, Alemanha e França era avassalador e logo suprimiu as revoltas.
Quais são alguns dos legados do imperialismo europeu na África?
Com a ascensão do capitalismo monopolista e do mercado financeiro sobre a exploração do continente africano, o imperialismo deixou suas marcas.
Imposição cultural
Para melhor adequar as populações das nações africanas às suas práticas de mercado, houve uma supressão sistemática da cultura africana. Isso era feito a partir da noção de que a cultura europeia era mais evoluída e superior.
Violência
Uma das práticas das nações europeias era armar uma nação africana contra a outra. Isso gerou conflitos que permanecem até hoje.
Quais são algumas lições que podem ser aprendidas do imperialismo europeu na África?
A partir do conhecimento da ação do imperialismo europeu na África e suas consequências, podemos extrair disso o quanto a ambição das nações europeias massacrou outros países. Além da África, a Ásia também foi atingida na investida imperialista, que ocorre até os dias de hoje na periferia do capitalismo.
Essa exploração desmedida rendeu consequências terríveis no continente Africano, e na própria Europa, com o eclodir da Primeira Grande Guerra, o maior conflito bélico até aquele ponto da história.
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