O que foi a guerra de trincheiras durante a primeira guerra e quais as consequências?

O simples termo “guerra de trincheiras” é razoavelmente conhecido, em especial por quem ainda está na escola ou está em época de vestibular. Porém, há muito mais para se aprender em relação a esse conceito que representa uma fase prolongada e trágica da Primeira Guerra Mundial.

Ao observarmos o decorrer da história, torna-se notável o quanto a guerra de trincheiras foi uma consequência de um clima de conflitos por toda a Europa. Em virtude das nações envolvidas no combate estarem equiparadas em poder de fogo, a construção dessas trincheiras foi necessária.

O que foi a Guerra de Trincheiras e quais as suas consequências?

Para compreender esse tipo de guerra, é preciso vê-la não somente como um aspecto do conflito, mas como uma fase. Ela ocorreu na segunda fase daquela que foi chamada de “A Grande Guerra”, a qual durou de 1914 até 1918. Até aquele momento da história humana, não houvera um conflito bélico de proporção tão massiva.

O pedaço de terra que ficava entre as trincheiras dos exércitos combatentes era chamado de “terra de ninguém”, uma verdadeira zona da morte, onde muitas vidas se perderam.

A Primeira Guerra também foi uma época onde a tecnologia, além das trincheiras, decidiu conflitos, cuja consequência de tudo isso foi uma tremenda perda de vidas. Em quatro anos de conflito, os países combatentes produziram cerca de 19 milhões de cadáveres.

Outra consequência da guerra de trincheiras foi a vitória da Tríplice Entente, isto é, a aliança militar entre Inglaterra, França e Rússia. A Tríplice Aliança, formada pelo Império Austro-Húngaro, o Reino da Itália e a Alemanha saiu perdedora do conflito.

Desses países, destaca-se a Alemanha, que sofreu as maiores perdas políticas, bélicas e econômicas, o que inclusive foi uma das causas para a Segunda Guerra Mundial, a qual é considerada por muitos historiadores como uma retomada da primeira.

O que provocou a Guerra de Trincheiras?

De fato, a Primeira Guerra Mundial não começou com as táticas de defesa absoluta. Pelo contrário, as nações avançavam uma sobre as outras de forma ousada e veloz. O primeiro movimento foi do Império Austro-Húngaro e da Alemanha; esta última desejava tomar a França o mais rapidamente possível.

Por isso, a primeira etapa do conflito virou aquilo que posteriormente foi chamado de “guerra de movimento”, que consistia em avançar com muita força e poder de fogo.

Era uma tática de ataque absoluta e devastadora, porém, logo o poder bélico das nações, com investimento em armamento, tecnologias e adesão de exércitos novos em cada lado, tornou o conflito equilibrado.

Esse equilíbrio significou muitas perdas para ambos os lados, e logo as nações se viram obrigadas a adotar táticas de defesa, o que provocou a construção de fronteiras, para que os exércitos pudessem se proteger e, vagarosamente, contra-atacar o inimigo.

O que são as trincheiras?

Na prática, as trincheiras podiam ser entendidas como genuínos buracos cavados sobre a terra dos locais defendidos pelos soldados de ambos os lados da guerra. As dimensões da trincheira chegavam até onde um soldado fosse capaz de se proteger até a cabeça. Tinham aproximadamente dois metros de profundidade.

O espaço entre as trincheiras era a “terra de ninguém”, uma área onde os ataques eram incessantes. O solo dessa região era esburacado pelos ataques das bombas e enlameado pela chuva e a neve. Era uma terra onde a morte era certa, pois os soldados avançavam por ela contra as tropas inimigas, ao contarem com fuzis modernos e metralhadoras.

Por mais que a terra de ninguém fosse o local mais perigoso do conflito, a rotina dos soldados nas trincheiras também era uma narrativa de horror, pois eles precisavam dormir, se alimentar e se aliviar naquelas valas apertadas. A insalubridade e o frio faziam muitos morrerem dentro das próprias trincheiras.

O odor potente das fezes e da urina era somado ao da gangrena, que literalmente corroía a pele dos homens. Também havia o cheiro de sangue e de cadáveres dos soldados que perdiam a vida só de colocar a cabeça para fora de uma trincheira.

Além disso, bichos como os ratos e insetos pequenos proliferavam nesses ambientes, o que atormentava ainda mais os soldados. Há relatos de combatentes que disputavam pequenos pedaços de queijo com os ratos que invadiam as trincheiras.

Como foi a luta de trincheiras na Primeira Guerra Mundial?

Como seu próprio nome sugere, a guerra de trincheiras se traduz em combates armados, que foram travados das trincheiras. A estratégia era de defesa absoluta de cada centímetro de terra conquistado pelos exércitos, de ambos os lados.

Os ataques tinham hora e data fixadas, de maneira que era a única forma dos soldados deixarem as trincheiras.

Ao deixarem as trincheiras, os soldados eram introduzidos na terra de ninguém, onde eram usados tanques, metralhadoras e outras armas avançadas, e os conflitos eram extremamente violentos.

O cenário de tragédia e terror da guerra de trincheiras nos ajuda a entender não apenas um aspecto do conflito, mas o quanto a Primeira Guerra representou, ao mesmo tempo, um avanço e um atraso para a humanidade.

De um lado, a tecnologia brilhava, de outro lado, a vida humana perdia seu valor mais do que nunca, chafurdada nas valas cavadas e na lama de corpos da terra de ninguém.