Para melhor entendermos o Imperialismo Europeu na Ásia, é necessário entendermos primeiro o que é esse movimento. O Imperialismo se trata de um movimento do século XIX em que países europeus participaram das Grandes Navegações, onde exploravam o continente asiático e, posteriormente, o continente americano.
Portugal, o país mais avançado da época nesse quesito — até por questões geográficas mais favoráveis — foram os primeiros a explorarem o continente asiático, principalmente a Índia, em busca de especiarias (pimenta, gengibre, cravo, canela, noz-moscada, e açafrão eram os temperos mais buscados).
Quais foram as motivações dos imperialistas europeus na Ásia?
O interesse dos europeus pela Ásia, ao ponto de estabelecer regimes imperialistas em seus países, se dava pelo interesse que os países europeus tinham em possuir e comercializar especiarias para seus parceiros econômicos.
Que impacto causou?
A exploração constante do continente asiático no período do Imperialismo Europeu, principalmente no final do século XIX, quando a corrida imperialista se intensificou (envolvendo até o continente africano) promoveu diversas instabilidades nas relações internacionais.
O Imperialismo Europeu na Ásia dizia ter conquistado territórios já ocupados (muitas vezes, há milênios) pelos povos asiáticos na tentativa de promover, também, uma dominação ideológica no continente. Ou seja, os países asiáticos que sofreram uma colonização forçada acabaram adotando a língua e os costumes de seus colonizadores e, por muitas vezes, acrescidos aos seus dominadores como uma parte exterior do território do país europeu dominante.
As diferentes formas de imperialismo europeu na Ásia
A Ásia é um continente enorme e envolve países igualmente grandes, como é o caso da Rússia, cuja metade do país se encontra na Europa, e a outra metade na Ásia, mas foi um país que não sofreu com o imperialismo europeu na Ásia.
A verdade é que existiam alguns pré-requisitos para despertar o interesse dos europeus imperialistas.
Grandes Navegações
Durante os séculos XV e XVII ocorria uma revolução comercial para a ocupação da Índia. Essa busca ocorria em busca de materiais como, além das especiarias já mencionadas, porcelanas e diversos materiais não produzidos na Europa. Os portugueses, por vantagem geográfica, tinham acesso ao Mar Mediterrâneo com maior facilidade, e acabavam por constituir mais rapidamente seus pontos de conquista — especialmente na Índia, China, e Japão.
Revolução Industrial
Com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, surgem as primeiras fábricas. Com a presença delas, então, surge a necessidade de produzir mais, cada vez mais rápido; essa produção em massa, e em grande necessidade, acabava por dar origem à necessidade de matérias-primas, também, em massa, além de mão-de-obra.
França e Inglaterra foram os principais pólos industriais, e iniciaram sua participação na conquista imperialista no continente asiático.
Quem eram os envolvidos no imperialismo europeu na Ásia e seus principais eventos?
Os europeus envolvidos no Imperialismo Europeu na Ásia eram os principais polos econômicos de cada época, motivados pelo principal objetivo de conquistar mais matéria-prima (principalmente de materiais escassos ou inexistentes na Europa) e mão-de-obra barata.
Portugal
Líder nas Grandes Navegações, Portugal estabelecia vários pontos importantes na Índia, na China, e no Japão; seu principal objetivo na época (século XV ao século XVII) era a compra de especiarias, porcelanas e diversos materiais difíceis (ou até mesmo não encontrados) na Europa.
O Imperialismo Europeu na Ásia por parte de Portugal era voltado para uma exploração lucrativa para obter sucesso econômico com seus parceiros comerciais, não visava a conquista ideológica dos países visitados.
França e Inglaterra
Mais à frente na linha do tempo, no período da Revolução Industrial (1760 a 1840) em que era necessário a conquista — até mesmo ideológica — de territórios, mão-de-obra, e matéria-prima para a produção em massa do que era feito nas fábricas.
A Índia, especificamente, foi ocupada por franceses e ingleses, mas a França renunciou à conquista de muitos dos seus territórios durante a Guerra dos Sete Anos.
O poder dos marajás, governadores locais, foi mantido; entretanto, o poder das atividades agrícolas era detido pelos ingleses. O cultivo de algodão e juta era destinado à indústria inglesa, e os moradores do campo passaram a não ter comida. A revolta com a fome, e o tratamento discriminatório das autoridades britânicas, levaram a situações como a Revolta dos Cipaios (insurreição armada de 1857 a 1859).
Na China não foi diferente. Quando o governo chinês tenta dificultar as transações comerciais na rota do chá impostas pela Grã-Bretanha o ópio passa a ser a solução para obter mais lucro. Proibida para os britânicos pelos seus efeitos (tanto metabólicos, quanto no sentido de dependência) o ópio era vendido apenas ao povo chinês; e, para defender seu povo, ao queimarem 20 mil caixas (em média) de ópio, os britânicos declararam guerra por interpretarem essa atitude como um afronte ao seu poder.
Ainda na China, a queima do ópio gerou a chamada Guerra do Ópio, em que os britânicos possuíam, claro, muito mais vantagens comerciais do que os chineses ao assinarem o Tratado de Nanquim, em 1842. Já a França e os EUA se aproveitaram da fragilidade econômica do país para assinar acordos econômicos.
Como se desenvolveu a resistência ao imperialismo europeu na Ásia?
Houve diversas insurreições armadas por parte dos povos asiáticos explorados, mas que, infelizmente, não surtiram tanto efeito quanto o esperado.
Na Índia, ocorreu a Revolta dos Cipaios (1857-1859), que pode ser traduzida como “revolta dos soldados”. A revolta tinha como principal objetivo ir contra a dominação britânica, que gerava fome nos campos do país para ser produzido algodão como matéria-prima nas indústrias inglesas, e obrigava jovens indianos a se alistarem no exército da Companhia Britânica das Índias Orientais (representante da coroa inglesa no país), não respeitava o sistema de castas (hierarquia social) do país, causando muita revolta na população.
Na China, o principal marco contra os seus dominadores europeus, durante o Imperialismo Europeu na Ásia, se deu na Guerra do Ópio (conflito de graves consequências negativas para os chineses). Ao queimarem o ópio, os ingleses se sentiram ofendidos o suficiente para promoverem uma guerra, e tomarem Hong Kong.
Os legados do imperialismo europeu na Ásia?
O Imperialismo Europeu na Ásia, ou neocolonialismo, deixou cicatrizes que afetam os países dominados até os dias de hoje. O movimento explorou países asiáticos de maneira política e econômica, e podia ser justificada — para os imperialistas, claro — através do Darwinismo Social ou Evolucionismo Racial.
Debates
Até os tempos atuais, há diversos debates acerca da visão trazida pelos europeus do Darwinismo Social. Para os europeus, todos os povos não pertencentes ao seu continente eram tidos como bárbaros; primitivos; e não civilizados. Portanto, era necessário “educá-los” acerca do que era ser um povo civilizado e desenvolvido.
História
A ideia do Darwinismo Social é baseada na teoria biológica da evolução de Charles Darwin (12 de fevereiro de 1809 – 19 de abril de 1882). Em sua teoria, Darwin propõe que há animais mais evoluídos do que outros e, portanto, mais superiores.
Sua teoria, então, teria sido usada como justificativa para o Imperialismo Europeu na Ásia (e, também, posteriormente na África), alegando a superioridade dos europeus frente aos asiáticos e africanos. Os asiáticos seriam, do ponto de vista europeu, primitivos, enquanto os africanos seriam bárbaros.
Desafios
O principal desafio proposto por essa teoria, é de que os europeus teriam uma missão moral de colonizar e, portanto, civilizar (trazer tecnologia, outras formas de governo, difundir a religião cristã e trazer o método científico) essas sociedades primitivas e bárbaras.
O verdadeiro desafio seria convencer essas sociedades, durante o Imperialismo Europeu na Ásia, de que a Europa era o modelo a ser admirado e seguido, e que essas outras sociedades não seriam capazes de “evoluir” sozinhas sem a intervenção europeia.