A Primeira Guerra Mundial foi um evento marcante para toda a história da humanidade. No entanto, grandes eventos importantes para a história já ocorriam na Europa no decorrer do XIX e início do século XX até o início da Guerra.
Confira neste artigo as datas importantes que antecedem a Primeira Guerra Mundial.
Revoluções Liberais de 1848
As Revoluções Liberais estavam ocorrendo por toda a Europa desde o ano de 1820, porém a França era seu principal epicentro. A Revolução Liberal de 1848, também conhecida como Segunda Revolução Francesa, foi um movimento de revolta contra o regime monarca do Rei Luís Felipe, que estava no poder desde a queda de Carlos X e seu regime absolutista em 1830.
Com uma crise econômica no país devido a colheitas ruins e escolhas conservadoras que não agradavam a população, surgiram quatro grupos opositores ao reinado de Luís Felipe, eram eles os Legitimistas, Bonapartistas, Republicanos e Socialistas.
Com o grande número de protestos que estavam ocorrendo contra Luís Felipe, o rei proibiu as reuniões de seus grupos opositores, dando origem à Política dos Banquetes, que eram reuniões clandestinas feitas pelos opositores em forma de banquetes.
Após a descoberta desses banquetes pelo principal auxiliar de Luís Felipe, Guizot, o mesmo os proibiu no qual causou uma grande revolta vinda dos proletariados em Paris no ano de 1848. Devido à resistência não cessar a revolta, Luís Felipe abdicou do trono e fugiu para a Inglaterra.
Após a fuga do rei, a segunda República Francesa foi proclamada e um governo provisório foi criado com membros republicanos moderados e membros socialistas. As ações tomadas por esse governo foram restabelecer o sufrágio universal masculino e a liberdade de reunião e da imprensa.
Além de pôr um fim na pena de morte por questões políticas e na escravidão nas colônias francesas. No entanto, sob pressão de setores radicais, o governo provisório fez uma eleição no mês de abril do mesmo ano, no qual teve a vitória dos republicanos moderados e proprietários rurais que temiam o movimento operário.
No mês de maio de 1848, como medida de impedir o movimento operário, o novo governo francês fechou as oficinas nacionais, no qual gerou uma revolta dos trabalhadores. No mesmo ano os proletariados se rebelaram contra os opositores, no entanto não tiveram sucesso.
Uma nova constituição foi publicada no mês de novembro daquele ano, e suas eleições foram vencidas pelo sobrinho de Napoleão, Luís Bonaparte.
Na Prússia, atual Alemanha, também houveram revoluções Liberais no ano de 1848 na tentativa de unificar os reinos dos territórios alemães em um regime democrático, no entanto as revoluções não tiveram sucesso.
1857 Guilherme I assume trono da Prússia
No ano de 1857, o Rei da Prússia, Frederico Guilherme IV, precisou ser afastado do trono devido a uma doença cerebral, o trono foi assumido por seu irmão Guilherme I no mesmo ano.
Guilherme I, planejava a unificação das regiões alemãs devido a grande onda de nacionalismo que vinha surgindo na região no século XIX, Guilherme I, com ajuda de grandes nomes como o Chefe de Estado-maior Helmuth von Moltke e o Primeiro-ministro Otto von Bismarck iniciaram o plano de unificação dos reinos alemães em um só estado-nação, mas sem influências da Áustria, principal inimigo da Prússia na época.
Com ajuda do Ministro da Guerra, Albrecht von Roon modernizaram o exército prussiano, que seria importante para as guerras a seguir.
Guerra dos Ducados (1864)
A Guerra dos Ducados ocorreu no ano de 1864, a guerra ocorreu entre a Prússia e a Áustria contra a Dinamarca disputando os Ducados de Holstein e Schleswig, no sul do território da Dinamarca.
Schleswig era autônomo e com população de maioria com origens dinamarquesa, enquanto Holstein, havia habitantes de origem germânica em sua maioria, ambos os ducados estavam ligados com laços de familiaridade com a monarquia dinamarquesa, no entanto, Holstein era membro da Confederação Germânica, criada no fim das guerras napoleônicas e com a Áustria como líder.
O conflito pelos dois ducados ocorreu devido ao processo de unificar a Alemanha pelo Reino prussiano, liderado pelo Primeiro-ministro Otto von Bismarck na época. Holstein teve uma primeira ocupação pela Confederação Germânica no ano de 1851, para reorganizar a situação política fortalecida antes das revoluções de 1848.
Como resposta, Frederico VII, garantiu que os ducados não seriam separados, e aumentou a validade da constituição democrática da Dinamarca em ambos os ducados.
Após a morte de Frederico VII e o trono assumido por Cristiano IX, uma nova constituição foi colocada em Schleswig, o que foi estopim para a Prússia e Áustria, na liderança da Confederação Germânica invadirem os dois ducados outra vez.
A Guerra dos Ducados foi declarada na data de 01 de janeiro de 1864, outras potências da Europa como França e Inglaterra não se envolveram, o que facilitou a vitória Germânica. A resistência da Dinamarca acabou na Batalha de Dyboel, no ano de 1865, a administração de Schleswig ficou com a Prússia e Holstein com a Áustria.
Novos conflitos pelos ducados iriam surgir no ano de 1866 durante a Guerra Austro-Prussiana, no plano da Prússia retirar a Áustria do poder da Confederação Germânica para dar sequência a sua unificação alemã.
Guerra Austro-Prussiana (1866)
A Guerra Austro-Prussiana foi uma data importante ocorrida no ano de 1866 depois da Guerra dos Ducados. O confronto se iniciou pela disputa dos ducados de Schleswig e Holstein, o plano da Prússia era conquistá-los para dar continuidade ao seu plano de unificação alemã e expulsar a Áustria da Confederação Germânica para a Prússia ter controle sobre os demais reinos.
O interesse da Prússia nos ducados era o de adicioná-los à economia do reino além de ter comando sobre suas tropas militares e navais. Além disso havia também o interesse sobre o Canal de Kiel, que estava sendo construído e faria a ligação entre o mar Báltico e os mares do norte.
Para o conflito a Áustria conseguiu a aliança de estados germânicos como Hanover, Saxônia e Baviera. Enquanto a Prússia tinha o apoio de Hamburgo, Lübeck e Bremen, entre outros estados apoiadores e uma aliança com a Itália.
A Guerra se iniciou em junho do ano de 1866 e o confronto decisivo ocorreu na região de Sadowa, na batalha de Königgrätz, no dia 03 de julho de 1866, com a vitória da Prússia sobre a Áustria, dando fim ao confronto.
As negociações de paz se iniciaram rapidamente devido ao medo de outras potências da Europa interferirem no conflito, principalmente interferência da França. No dia 23 de agosto o Tratado de Praga foi assinado dando fim ao confronto de uma vez, com o fim da guerra, as fronteiras da Prússia foram aumentadas, e a Itália conquistou a região de Venetia.
Também houve como resultado da guerra a desagregação da Confederação Germânica, e o início da Confederação Germânica do Norte, sob o comando da Prússia. A maior parte dos reinos membros dessa confederação eram luteranos, e ficaram separadas dos Estados do Sul,que eram de maioria católica.
Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
A Guerra Franco-Prussiana se iniciou devido as manobras de Bismarck que vinham fortalecendo o poder militar e econômico da Prússia na Europa, causando a oposição da França ao crescente poder do reino prussiano sobre a Europa.
No entanto, o que estourou a guerra foi a disputa pelo trono espanhol após a revolução da Espanha no ano de 1868. Com o apoio de Bismarck, o primo de Guilherme I, Leopoldo Hohenzollern, desejava se candidatar ao trono, no entanto, com o medo do avanço da Prússia aos territórios da Espanha, Napoleão III foi contra a candidatura de Leopoldo e ameaçou uma guerra por conta disso.
Com os franceses conseguindo o que queriam, Bismarck conseguiu iniciar uma guerra contra a França, adulterando uma carta publicada por Guilherme I, a fazendo ofender Napoleão III. Com o ataque da França à Prússia, os prussianos se aliaram com os outros Estados germânicos contra os franceses.
No conflito a Prússia usou todo o seu poder militar, gerado pelo desenvolvimento industrial e serviço militar obrigatório, sendo superiores à França no combate.
Os prussianos comandados pelo General Helmuth von Moltke, tiveram vitórias importantes sobre a França, sendo as principais a batalha de Gravelotte e a batalha de Sedan. Durante a batalha de Sedan, travada no mês de setembro de 1870, Napoleão III se rendeu e foi preso pelos prussianos.
Com a rendição de Napoleão III a derrota da França era iminente mesmo com a resistência de guerrilheiros. Depois que Napoleão III foi capturado, os franceses criaram o Governo de Defesa Nacional, que foi dominado com a chegada da Prússia em janeiro de 1871, na cidade de Paris.
Em março o Tratado de Frankfurt foi assinado e a Terceira República Francesa foi formada, comandado por Adolphe Thiers. Durante as negociações de paz, a França sofreu grandes imposições, perdendo as regiões de Alsácia e Lorena, além de pagar uma grande indenização em dinheiro.
Com sua derrota, o nacionalismo francês cresceu contra a Alemanha, sendo um dos motivos para a Primeira Guerra Mundial. Com a aceitação de Thiers as imposições feitas pelos alemães, fez o povo se revoltar com o novo governo, dando origem à Comuna de Paris.
Com a vitória sobre a França, Bismarck e Guilherme I, convenceram os Estados germânicos a se unificarem com o comando da Prússia sobre eles, formando o império alemão no ano 1871, ou conhecido como Segundo Reich, com Guilherme I como seu Kaizer.
Criada a Tríplice Aliança em 1882
Com toda a tensão existente na Europa ao longo dos anos, os países europeus começaram a criar alianças para se apoiarem caso um dos países fosse atacado, as alianças também tinham envolvimento de acordos políticos e financeiros. No ano de 1882 a Tríplice Aliança foi criada pela Alemanha, Império Austro-Hungáro e Itália. Tempo depois a Itália passaria para a Tríplice Entente.
Criada a Tríplice Entente 1907
No ano de 1907 a aliança conhecida como Tríplice Entente foi formada pela Rússia, Inglaterra e França como forma de contestação e resistência à Tríplice Aliança, os países da Tríplice Entente também haviam seus acordos políticos e financeiros. Como mencionado antes, a Itália se uniu a Tríplice Entente mais tarde por conta de acordos que lhe prometiam novos territórios.
1914 e o estopim para início da Primeira Guerra Mundial
Com toda a Europa tensa Desde o fim do século XIX, qualquer desentendimento entre os países poderia causar uma guerra. E o estopim para isso foi quando o herdeiro do trono da Áustria, o arquiduque Francisco Ferdinando, levou um tiro de um terrorista do grupo Mão-negra enquanto desfilava em um carro aberto em Sarajevo, na Bósnia.
Os austríacos acusaram os sérvios de estarem envolvidos com o assassinato, com as ofensas trocadas houve troca de tiros em 1914. Isso fez os russos declararem guerra à Áustria, e os alemães declararam à Rússia, o que gerou a entrada da França e Inglaterra no confronto.
Como já mencionado, a Itália mudou para o lado da Tríplice Entente com a promessa de que teria territórios que faziam parte da Áustria.
A partir desses fatos a Primeira Guerra Mundial, ou A Grande Guerra na época, foi iniciada ainda no ano de 1914 e durou quatro anos, tendo seu fim no ano de 1918 com a Tríplice Aliança derrotada.
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