A execução dos soldados capturados na Primeira Guerra Mundial foi uma realidade obscura que deixou uma profunda marca na sociedade. Até hoje, mesmo os familiares, no centenário de um dos eventos do conflito, não conseguiram descobrir onde seus avós foram enterrados.
A vida nas trincheiras foi marcada não somente pelos ataques sofridos, nos quais, um a um, homens eram atingidos e, depois da baixa, um comunicado era enviado aos parentes. Mas também, foi marcada pelas diversas baixas por execução dos soldados capturados.
O que podemos dizer sobre esse lado da Primeira Guerra Mundial? Confira mais nessa leitura sobre a discussão acerca das execuções!
O que é uma execução de soldados capturados?
Já falamos em outro artigo do site sobre a tortura dos prisioneiros de guerra e como essa faceta cruel do conflito era comum durante a Primeira Guerra Mundial. Mas e aqueles que tiveram um destino fatal? A execução dos soldados capturados, também chamada de fuzilamento, era uma forma de liquidar os inimigos capturados bem comum nesse cenário.
Uma execução de soldados capturados é um método de pena de morte dada ao inimigo, da qual pouco se fala nos estudos sobre a Primeira Guerra Mundial. Existiam a decapitação, a forca ou a injeção letal, bem como a execução por fuzilamento, ainda que esta última seja menos comentada.
Qual era o motivo para as execuções de soldados capturados?
A execução acontecia, fosse porque os alvos capturados eram do lado inimigo, então, o antagonismo em relação aos indivíduos das nações contrárias “justificava” as atitudes dos mandantes. Outro motivo plausível era a necessidade de mitigar gastos oriundos de manter essas pessoas vivas como prisioneiras.
A deserção também era um motivo para a execução dos soldados capturados, os quais decidiam abandonar o serviço militar, contrariando um superior. Os que conseguiam fujir não teriam o mesmo fim que aqueles descobertos.
Outros, foram executados na Primeira Guerra Mundial por terem questionado ordens militares. Muitos relatos confessam como a exaustão da guerra e seus horrores levavam até mesmo à execução dos soldados capturados.
De outro modo, os motins após avanços descabidos nas trincheiras também eram motivo para a execução de soldados capturados.
Como eram executados os soldados capturados?
Um dos horrores de ter lutado na Primeira Guerra Mundial, foi certamente passar por corredores mortais, pela “terra de ninguém”, ser posicionado em frente ao pelotão, amarrado em pedaço de madeira para ser fuzilado.
A execução dos soldados capturados acontecia de uma forma ou de outra, como vemos no filme de Stanley Kubrick “Glória Feita de Sangue”. Onde um general avisa “Se não enfrentarem as balas alemãs, vão ter de enfrentar as nossas”.
Em 1917, quando a Primeira Guerra já tinha rendido inúmeras baixas, uma das muitas batalhas permitiu a execução de soldados capturados. A Batalha do Caminho das Damas (Chemin des Dames), comandada pelo general francês Robert Georges Nivelle, teve o objetivo de romper a frente alemã. Mas a ofensiva francesa foi um fracasso e estava clara para os próprios soldados, que viam a morte certa.
Desde então, os soldados da França iniciavam motins, que foram suficientes para levar a execução dos soldados capturados, vistos como covardes.
Quantas pessoas foram afetadas pelas execuções de soldados capturados?
A história da Primeira Guerra possui uma sombra na questão de prisioneiros de guerra e soldados desertores que foram executados, mas no caso da batalha mal sucedida da França, alguns números foram revelados.
Durante o centenário da Batalha do Caminho das Damas, em 2017, sabiam-se de 825 casos de soldados fuzilados como sentença de morte. Destes, 563 por terem desobedecido ordens, 136 por infrações e 126 por espionagem.
Fora esse fato na França, houveram ao certo, inúmeros motins que desencadearam mais sentenças de morte, mas esses números não são claros, uma vez que não dá registros históricos precisos que os definam.
As execuções de soldados capturados ainda são um problema atual?
Atualmente, com guerras acontecendo entre algumas nações, diversos soldados ainda são capturados e alguns registros de execução chegam à mídia internacional. No caso da Guerra entre Rússia e Ucrânia notícias sobre execuções ou ferimento de soldados capturados foram divulgadas, mas as informações não são aprofundadas.
De qualquer forma, tanto a comunidade global, quanto a Organização das Nações Unidas não veem os conflitos e seus acontecimentos com bons olhos, visto que a busca por uma vivência pacífica e colaborativa entre os países, com respeito às leis e aos direitos humanos, é incentivada.
Pensar que os soldados sofriam não somente com as mortes nas trincheiras, mas também com a chamada “morte anunciada” pelas próprias tropas, é algo muito chocante. Contudo, vimos que isso era real e absurdamente justificável para os militares que davam as ordens.
Você tinha ideia de como isso foi real em uma das mais violentas guerras já ocorridas? Você pode conferir mais fatos sobre a Primeira Guerra Mundial e a execução dos soldados capturados, aqui, no nosso portal.
